NA ESTRADA PARA ALGUM LUGAR MAIS PERTO DA PELE Sobre E Sua Mãe Também


Amigos, bebida, paqueras, uma longa estrada pra algum lugar deserto e desconhecido e a chance de tudo isso se transformar em sexo, descobertas e fortes emoções.

Filmes de estrada são um gênero específico de cinema. Existem muitos filmes que se desenrolam em trânsito entre um lugar e outro: FANDANGOS, SEM DESTINO, PEQUENA MISS SUNSHINE. Na travessia tudo pode acontecer. Não se chega da mesma forma que se saiu.

Em E SUA MÃE TAMBÉM, a primeira viagem que não iremos acompanhar é a de duas amigas para a Europa. Deixam seus namorados com a promessa de que não transarão com nenhum estrangeiro. Eles se ocupam em cansá-las até o último instante, mas nenhum deles é capaz de se cansar sequer por algumas horas. Estão todos no auge do viço.

Os dois amigos inseparáveis sem as namoradas vão curtir a sua liberdade temporária e se envolvem logo com uma mulher mais velha, charmosa e jovial. Esta deixa o marido e parte em busca de uma praia deserta com eles, buscando, de fato, sabe somente ela o quê.

Todo mundo que assiste ao filme entra naquele mesmo carro e participa das conversas, das brincadeiras, da sensação de vazio que reside na partida. Temos o Gael Garcia Bernal explodindo sensualidade e ainda bastante jovem. É bom vê-lo atuando com extrema entrega e despojamento neste filme e continuar vendo-o em excelentes atuações já mais maduro como em CORAÇÕES EM CONFLITO de Lukas Moodysson ou ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA de Meirelles.

O narrador é um personagem importantíssimo nessa trama, porque ele nos conta dos silêncios, das motivações dos personagens, do que há por trás das imagens na beira da estrada e de como são percebidas, interpretadas. O narrador nos diz o que não veríamos nem saberíamos sem a sua ajuda. E como ele não está lá no mesmo carro, identificamo-nos imediatamente com ele, cúmplices e voyeurs.

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