NARRATIVA CIRCULAR, AMOR CONTÍNUO Sobre Os Amantes do Círculo Polar

Este é outro filme pertencente à primeira mostra que organizei no Cariri e, recentemente, apresentado também no Cine Café. É daquelas histórias de amor bem feitas, que fazem acreditarmos no destino, na alma gêmea, na circularidade da vida.

Acostumados que estamos à Espanha de Almodóvar, vale muito a pena conhecer a paixão e o romance vistos por outros olhos espanhóis. Julio Medem é responsável por outra preciosidade, LÚCIA E O SEXO. Este último, nem tanto circular, mas novelesco.

Tudo é cíclico e palindrômico no filme: Ana. Otto, e o diretor do filme, Medem. São nomes que lidos de trás pra frente são a mesma coisa. Este filme contado de trás pra frente também é possível, também emociona e prender-nos-ia. Duas crianças se encontram na idade de oito anos e a casualidade vai aproximando-os mais e mais um do outro: são os pais que se tornam namorados, depois eles que começam a dividir o mesmo teto como irmãos, até que algo de ruim acontece e eles ficam entregues a uma segunda chance da vida, acreditando até o fim no reencontro inevitável.

A condução da história se dá através das cores e dos momentos decisivos. A mulher está sempre a frente do homem, prevendo o fim ou sabendo da continuidade. Os homens é que se deixam levar pelas emoções e ficam cegos e traem a sua própria natureza.

Cada atitude nossa repercute como uma onda pelo infinito. Essa sensação de eco existencial enche-nos de responsabilidade quanto às nossas práticas, palavras e ações imediatas. Nada fica igual por muito tempo, imutável. Apenas o amor é perene sob um sol que nunca se põe.

1 comentários:

Dia 25 de novembro de 2011 às 07:14  

Chorei horrores assistindo esse filme no Cine Café. O amor é uma máquina de triturar corações.

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