DAS LIVRARIAS PARA AS TELAS: O NOME QUE DAMOS AO QUE VEMOS ESTÁ CERTO? Sobre O Menino do Pijama Listrado



Para alguns, comemoração, para outros, decepção: “Este filme?”

Podem ter certeza que ele está no lugar de milhares de outras possibilidades e que, de qualquer forma, é um dos quarenta e dois títulos. Para os decepcionados: ainda posso melhorar nas escolhas. Para os que comemoraram: ainda posso piorar nas escolhas. A MOSTRA 21 é e sempre será eclética.

Na primeira edição da mostra 21 exibi JANELA INDISCRETA do Alfred Hitchcock, na segunda, SOUTH PARK – MAIOR, MELHOR E SEM CORTES e na última, A EXCÊNTRICA FAMÍLIA DE ANTONIA. O que eles têm de semelhante? São filmes muito bons e que possuem características narrativas que podem agradar gostos bastante diversos. Talvez O MENINO DO PIJAMA LISTRADO seja a minha escolha mais arriscada porque de todos estes títulos é o mais melodramático e este gênero tem críticos ferrenhos.

Acontece que apostei nesta adaptação do Best Seller de John Boyne porque sua estrutura cinematográfica bem acadêmica com direção de arte acertada, atuações críveis de um bom elenco, se não pode ser considerado uma unanimidade, não pode ser acusado de ser um filme mal feito.

É uma nova abordagem dos filmes que tratam da Segunda Guerra com recorte para Campos de Concentração, para o recorte Crianças em Campos durante a Guerra. Neste, como em A VIDA É BELA e O LABIRINTO DO FAUNO, a inocência é preservada a todo custo, mas a realidade vai rasgando lentamente o aparente e frágil véu protetor, que é, na verdade, uma roleta russa.

Uma criança alemã, filha de um pai que é alto oficial nazista responsável por um Campo de Extermínio que não sofreu uma devida lavagem cerebral anti-semita é a parte que devemos respirar e imaginar: pode ter havido casos desse tipo. É muito difundido o fato de que muitos alemães, mesmo os que acreditavam no partido nazista não sabiam das mortes em massa que estavam acontecendo. Eram favoráveis à idéia de que judeus eram humanos de segunda classe e que deveriam ser afastados do convívio com as pessoas sadias e puras, mas da mesma forma que não aceitariam o sacrifício de animais, não apoiariam o que foi feito com milhares de inocentes. O filme AMÉM de Costa-Gavras, mostra exatamente o caso do oficial que criou o Zyrcon usado nas câmeras de gás, que quando descobriu a finalidade que dariam a sua invenção, lutou de todas as maneiras para avisar a toda a sociedade e impedir que o horror continuasse.

Neste filme do dia 09 de janeiro, tiraremos lições preciosas sobre amizade, lealdade, inocência e punições. Talvez não hajam, de fato, inocentes. Pode ser que existam pessoas que escolhem não ver o que está diante de seus próprios olhos.

5 comentários:

Dia 14 de novembro de 2011 às 18:28  

Realmente a escolha desse filme para iniciar a mostra me surpreendeu porque esse é um filme que fala de uma ferida ainda tão dolorosa (mesmo para quem não é judeu e nem alemão) no coração da humanidade. Quando o assisti a primeira vez, me emocionei muito, primeiro, porque é difícil admitir o quanto inocente e cruel uma criança pode ser (claro, falo com os conceitos de adulta), depois, porque também é chocante a forma como a própria vida faz a roda do destino girar e nos obriga a pagar aqui mesmo os nossos pecados. Espero ansiosa por revê-lo!

p.s.: Adorei a logo do blog. Espero que cortemos muitos preconceitos.

Elvis Pinheiro 15 de novembro de 2011 às 03:23  

Adorei os seus comentários sobre cada postagem! Só que em nenhum deles aparece teu nome.
Muitíssimo obrigado pela valiosíssima contribuição ao evento!

Dia 16 de novembro de 2011 às 10:51  

Obrigada você por nos proporcionar a possibilidade de ver filmes tão legais!
Agora eu assino: Edianne Nobre :*

Elvis Pinheiro 16 de novembro de 2011 às 20:20  

ah! acabou-se o mistério! mas eu deveria ter suspeitado. beijão!

Natallyanea 19 de novembro de 2011 às 10:14  

Olha, não é "este filme?" e sim "este filme!"
O filme nos remete a um passado triste. A contradição é a inocência misturada com a maldade humana. Algumas cenas me emocionaram muito, o olhar do garoto atrás da cerca no campo e o perdão que ele dá pra o outro garoto, por exemplo. Fiquei dias pensando nesse filme, e me perguntando se aquele desfecho seria possível. Enfim... recomendo!

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