O cinema argentino possui um grande ator, Ricardo Darín, e um grande diretor, Juan José Campanella. Juntos estiveram em O filho da Noiva (2001), Clube da Lua (2004) e mais recentemente em O Segredo de seus Olhos (2009), Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. São três filmes que merecem ser vistos pela mistura super equilibrada de comédia, drama/melodrama e romance. O ator Ricardo Darín, protagonista em todos eles, encarna o homem argentino charmoso, maduro, de senso de humor inteligente e ligeiro e bastante viril.
Em Clube da Lua, que é destes, o menos conhecido, somos levados mais uma vez a refletir sobre memória, velhice, saudosismo, presente e passado, novos tempos/velhos tempos e o que devemos preservar do que passou que é essencial em qualquer época.
Um clube decadente, cheio de dívidas, que é vivo nas lembranças dos antigos freqüentadores, mas que pode ser transformado num novo empreendimento mais apropriado aos tempos de alta lucratividade e efemeridade. O personagem de Darín é este homem sensível que lê as duas situações, mas que toma partido pela emoção e pelo Humanismo.
Dificilmente, o público conseguirá evitar as lágrimas ou o riso e, provavelmente, também se questionará quanto a seus valores e o que quer ver preservado ou definitivamente esquecido.
Os amigos e os amores dividem o mesmo espaço e se os sentimentos não são revitalizados é porque tudo ao redor talvez esteja em ruínas.
Tenho que acrescentar que o cinema argentino não se resume apenas a este diretor, a estes três filmes e a este ator. Rodolfo Aristarain, Lucrecia Martel, Carlos Sorín, Pablo Trapero, Fabián Bielinsky, Lucia Puenzo são alguns dos nomes de diretores que fazem um cinema de altíssima qualidade, densidade, beleza, inventividade, originalidade, ousadia e que conseguem fazer sucesso tanto nos festivais e com os críticos, quanto com o público em geral. Parabéns para a goleada argentina!
1 comentários:
Ah, ótima escolha! Lindo, lindo esse filme!
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