A BRUTALIDADE CORRE SOLTA NO VELHO OESTE Sobre Onde os Fracos não têm Vez




















Teve uma época que os Estados Unidos produziam anualmente centenas de filmes de faroeste e faturavam muito com histórias dos colonizadores civilizados lutando para permanecerem na terra e tendo que lutar contra índios sempre maus e em bando e sem nenhuma civilidade.

O tempo refletiu muito bem sobre quem eram os vilões e quem, os mocinhos. Nos anos 60 e 70 estas produções começaram a ser criticadas por intelectuais e artistas e olhadas sob outra perspectiva a partir do retorno dos soldados derrotados no Vietnã. O próprio Marlon Brando mandou que uma índia recebesse em seu lugar o Oscar de Melhor Ator.

Depois dos filmes onde cowboys matavam índios, vieram outros westerns onde bandidos brancos atacavam pequenos povoados defendidos por xerifes corajosos ou assassinos-arrependidos-de-seu-passado trabalhavam como pacíficos fazendeiros até alguma coisa acontecer e eles serem levados a agir como nos velhos tempos. Até que um dia, até mesmo essas produções menos genocidas ficaram fora de moda.

Os IMPERDOÁVEIS, no início dos anos 90, foi um dos primeiros filmes a levantarem a poeira desse gênero, desmistificando o oeste e apresentando-o como um lugar sujo e de extrema brutalidade. O sucesso dessa produção estrelada e dirigida por Clint Estwood e com um vilão da estatura de um Gene Hackman trouxe novo fôlego ao gênero tão caro aos norte-americanos.

ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ é a adaptação do romance homônimo do escritor Cormak McCarthy que se ambienta no Texas dos anos 80. Os tempos são bem diferentes daqueles retratados nos antigos filmes: século XIX ou início do XX. Agora os novos tempos provaram que a força do lugar ganhou de qualquer intenção civilizatória dos homens. A violência não tem glamour, nem nenhuma ética sequer. O que importa é o dinheiro, o tráfico de drogas e tentar escapar com vida.

No filme dos irmãos Coen temos um fazendeiro que acha simples ficar com uma mala de dinheiro e se sair bem disso, um psicopata de faro apurado que quer pegar essa grana custe o que custar e um velho policial prestes a se aposentar que interpreta as pistas deixadas por ambos e segue a história tentando evitar um encontro fatal entre os dois outros personagens.

Como num bom suspense hitchkoquiano, temos o MacGuffin que movimenta a trama fazendo com que a aventura se desenvolva – neste caso, a mala com os milhões de dólares – mas que não interessa em nada para nós espectadores.

Então é isso: preparem-se para violência, suspense, humor e uma incrível atuação de Javier Bardem que conseguiu imortalizar mais um grande personagem dos filmes de faroeste.

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